sábado, 18 de maio de 2013

Sobre todas as coisas das quais me arrependo.

"Falhei quando tentei dançar a dois
A dança estranha dos meus dias"



Nada mais é que uma tamanha hipocrisia quando digo somente me arrependo daquilo que não fiz. Afinal de contas, escolhas são escolhas; e minhas! Como poderia executá-las e em seguida dizer que me arrependi da opção deixada para trás mas não dá escolhida? Tantos paradoxos, que se tento expressá-los em palavras tudo isso me infesta de forma corrosiva e eu vou me esvaindo e esvaindo e esvaindo nessa doença dos tempos.

Fui pega meio à uma crise de consciência na qual praticamente percebi que me arrependo de (quase) tudo que fiz, pois diante tais escolhas deixei para trás as mais corretas, fazendo-me arrepender também das que não fiz. Eu não queria lembrar... Não queria lembrar do quão egoísta me tornei e como achei que esse comportamento era algo normal de se adotar. Não queria lembrar do quão auto-destrutiva me tornei e como me esqueci que todo homem-bomba que se preze, acaba não só com sua própria vida, mas também com todos os que estão em sua volta no avião. Porém antes um homem-bomba que somente uma egoísta, pois pelo menos eles acreditam em algo maior e morrem por isso. E eu, morro e mato diariamente pelo quê mesmo?

Por algum instante desse vôo suicida, eu provavelmente vi justificativas para tamanha explosão, porém no agora nenhuma justificativa poderia ser tão viável diante de tanta explosão sem significado. Nada disso faz sentido! E é quando o plano de vôo mostra-se desprovido de significado, o manobrar do manche não traz resultados e o grito de socorro no rádio não encontra destinatário. SOS, temos um homem-bomba querendo salvar o avião ao invés de explodí-lo!!!

E chegamos ao eterno agora, o momento da redenção: eu, astronave desconhecida, sem combustível, destino, nem coordenadas para voltar, pedindo permissão para pouso. Talvez não haja como reparar todos esses danos que causei. Talvez não haja como me reparar...