quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Sobre todas as coisas novas.

Aos poucos vou me acostumando com essa rotina nada rotineira, onde cada novo dia é realmente novo e empolgante e até mesmo irritante. É irritante estar sempre com as mesmas pessoas dentro de uma casa e também é irritante ver as mesmas pessoas no ambiente de trabalho. Irritante porque não quero me apegar; não preciso de mais despedidas nessa minha vida mais que livre. Lucas, o Paraíba, sempre me definiu muito bem quando cantou "o asfalto é minha casa, mas não dá pra chamar de lar". No fundo eu gosto.

O trabalho vezes maçante, vezes empolgante tem altos e baixos tão bem delineados que servem de incentivo e ansiedade por um novo dia. Isso sempre trás aquele gostinho de "quero mais!" e a força de vontade de viver mais um dia longe das pessoas que amo. Tudo isso me dá vontade e me incentiva a estudar mais, me empenhar mais e mudar mais. Tudo isso me fez escrever novamente...

O meu sofá está longe e o sofá daqui está longe de ser capaz de sequer substituir o meu sofá, mas não tenho achado tudo isso tão absurdo e difícil como achei nos primeiros dias. Querendo ou não, fiz amizades, criei gostos e fantasiei na minha cabeça juvenil (ainda que as costa doam) morar por aqui em algum dia. Quem sabe...? Eu sei. Ou pelo menos acho que sei dos meus planos.
E de repente eu comecei a me sentir capaz, inteligente... e percebi que eu posso lidar com isso, ministrar isso e trabalhar com isso da melhor forma possível nesses três meses de BBB sem câmeras em que me meti.
Gosto do acordar cedo todos os dias e sentir a maresia me estapear a face durante todo o percurso. Gosto de ver o mar, as ondas e saber que passar cerca de  6 horas por dia em um barco não é capaz de me enjoar, enojar, cansar nem nada semelhante. Às vezes penso que nasci pra isso. Às vezes penso que nasci com sérios probleminhas, porque não consigo dizer os prós sem pensar nos contras.
Sinto falta da rotina de horas contadas e reservadas, da dependência de lotação para chegar aos lugares. Sinto falta de filas, correria, de população. Alguém esqueceu de me avisar que biólogo tem que ser 90% "bicho do mato" para se acostumar com essas situações de extremo isolamento social. Muito irônico, vindo de quem gosta mais de bicho que gente. Como posso sentir falta até das coisas que não gosto..!?

Meu sofá poderia ser portátil. Não que ele não seja, mas bem que eu gostaria de levá-lo de um lado para o outro comigo. Não que eu esteja falando realmente de um móvel, mas você entendeu. Acho!
Sinto falta dessas longas conversas, mas acredito que distância faz bem. Saudade faz bem; crescer também.

E você já sabe: em qualquer km do meu asfalto, estou pensando em você.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Sobre toda essa mudança.

Então de repente o meu sofá ficou para trás e eu embarquei nessa aventura sem medo, sem tristeza e, principalmente, sem olhar para trás. Eu fui corajosa, embora me faltasse um pouco de ânimo... um pouco de fé, necessariamente falando. Para essa aventura louca, tudo que trouxe comigo foi um sorriso nos lábios e um sonho nas mãos. Talvez apenas nisso eu tenha fé, no final das contas.

A viagem foi calma - admito, dormi em grande parte dela -, e então finalmente eu cheguei aqui em Itacuruçá: o 3° distrito de Mangaratiba - RJ. A cidade me assustou! É pequena e um tanto quanto antiquada. Tudo aqui é muito simples e a maioria da população são pescadores (e nessa época do ano, turistas que vêm descansar no verão). Mas, ainda sim, uma coisa no meio dessa simplicidade toda me cativou e foi o que me deu alguma esperança para esse verão: a natureza! A cidade é simplesmente cercada de natureza! Às "costas" é uma serra e é recheada de Mata Atlântica! À frente, tem nada menos que um mar que é repleto de pequenas ilhas e praias. A praia da cidade em si não é boa para nadar, mas por um pequeno preço, você pega uma lancha e já está na ilha do lado onde a praia é boa para isso.

E o ar! O ar é estranho! Estranho no bom sentido, porque ao mesmo tempo que tem aquele gostinho de maresia, te deixa com o nariz meio esquisito pela umidade constante proveniente da mata. Eu não consigo ver sentido nisso, e é bem diferente de tudo que já experimentei. Diferente em todos os sentidos, principalmente por estar em um alojamento com outras pessoas.

O alojamento também me assustou à primeira vista pelo seu tamanho e pelo número de pessoas nele. É uma casinha com um quintal que fica bem ao lado da sede (museu + escritório) onde trabalharei nos dias em que não for a campo. A casa tem dois quartos (um com duas beliches e um com duas camas), uma espécie de salinha no segundo andar com uma mesa, sofá e uma televisão que não funciona. Junte isso às pessoas que tem aqui...
No início não me assustei com elas exatamente; são até simpáticas e me dei bem com elas, mesmo elas sendo meninas oO' ...

A parte mais chata foi despedir da minha mãe. Ela ficou na cidade até umas 14h, almoçamos um peixe e na beira da praia e passeamos de lancha pelas ilhas próximas. Ela diz que volta quando der para irmos à praia num final de semana, mas mesmo assim acho que sentirei falta desse acesso "fácil" que eu tinha até Além Paraíba sempre que quisesse colo (...)


No final do dia saímos para comer num restaurante do hotel aqui perto e no final das contas, era uma festa "Flashback", onde só tocou músicas boas de Grease a Queen. Foi bom, pois ajudou um pouco na timidez e facilitou a aproximação com as meninas...

Foi um dia cansativo, em todos os sentidos, então eu desmaiei fácil. 
Sinto sua falta comigo nesses momentos difíceis, mas eu sei que você está sempre aqui, pois levo você sempre comigo no coração.